27 setembro 2006

As loucuras de Brooklyn...Paul Auster


"É o que acontece quando um tipo vai parar a um hospital. Tiram-nos as nossas roupas, enfiam-nos numa daquelas batas humilhantes e, de súbito, deixamos de ser nós mesmos. Tornamo-nos a pessoa que habita o nosso corpo, passamos a ser a soma das deficiências desse corpo. Uma tão brutal alvitação traduz-se pela total perda do direito à privacidade. Quando os médicos e as enfermeiras entram e nos fazem perguntas, temos de lhes responder. Eles querem que nós vivamos e só uma pessoa que não queira viver é que lhes vai dar respostas falsas. Se por acaso estamos num pequeno cubículo e, a pouco mais de um metro à nossa direita, uma outra pessoa está a ser interrogada por um médico ou um enfermeiro, é impossível não ouvirmos o que essa pessoa diz. Não que queiramos necessariamente conhecer as pessoas, mas a verdade é que na situação em que nos encontramos, torna-se difícil não as conhecer.
(...)
Eu não era ninguém. Rodney não era ninguém. Omar Hassim-Ali não era ninguém. Javier Rodriguez - o carpinteiro reformado de setenta e oito anos que ocupou a cama às quatro da tarde - não era ninguém. Todos acabaríamos por morrer e, quando os nossos corpos fossem levados e enterrados no cemitério, só os nossos amigos e familiares saberiam que nós tinhamos partido. As nossas mortes não seria anunciadas na rádio ou na televisão. Não haveria nenhum obituário no New York Times. Ninguém escreveria livro nenhum sobre nós. Essa é uma honra reservada aos poderosos e às celebridades, àqueles que possuem talentos excepcionais, mas quem é que se dá ao trabalho de publicar biografias das pessoas comuns, vulgares, ignoradas, jamais celebradas, das pessoas por quem passamos na rua e em quem mal reparamos porque não fazemos nada para isso?
(...)
A minha ideia era esta: criar uma empresa que publicaria livros sobre os esquecidos, salvar as histórias e os factos e os documentos antes que eles desaparecessem - e, dar-lhes a forma duma narrativa contínua, a narrativa de uma vida."
Paul Auster
in Brooklyn Follies

19 setembro 2006

Os outros


...
O destino não existe
mas existem os outros
e as contingentes circunstâncias
e um universo repleto de desconhecido
e...
Amar-te às escondidas
da existência,
sómente com o Ser, indemne, inócuo...
Talvez nunca mais sonhe.
...
:::João Figueiredo Coelho:::
in Palavras para um refúgio
...
Também nova postagem poética em

18 setembro 2006

Já és um homenzinho!



Amarrado aos pelourinhos da memória
secam-se as lágrimas que não chorei
...
- Não chores, já és um homenzinho!
...
Choro agora esculpindo o rosto
em rápidos transbordando
meus leitos rugosos
arrastando o pó da terra
que beijei...toquei-a com os olhos!
...
- Não mexas! Não olhes com as mãos!
Já és um homenzinho!
...
Toco agora a máscara terrosa
arranhando o poço de lama
em que me afundei outrora,
como chapinhava seco da alma,
imaginário inocente celeste,
as estrelas piscavam...eu contava-as!
...
- Porque apontas o céu?...
Queres que te nasçam cravos?
Já és um homenzinho!
...
Conto agora libertinos cravos queimados
na cinza que enevoa as paredes da fossa
onde caguei anos de utópica inocência
até não mais ser um monte de merda
de moscarda personalidade tão adulta
quanto as outras...já não confronto o Sol,
tímido aproveito-me da luz, mas incapaz
de olhá-Lo nos olhos...desvio o olhar...
antes merecia a minha sombra...eu fitava-o!
...
- Proibo-te de olhares para o Sol!
Queres ficar cego?!
Já és um homenzinho!
...
Fito agora a mesa em que me faço sobreviver,
todas as manhãs, todos os pequenos almoços,
tudo tão igual ao todo sempre,
mas hoje divaguei por um longíncuo passado
pegando na colher, ante de mais uma tijela de cereais,
antes doutro mais dia de semana, perante a...
...
- Está lá? Está aí alguém?
- Sim querida, diz...
- Às vezes pareces que andas no mundo da lua...
- Que se passa?
- Agora deu para o teu filho inventar um amigo imáginário...diz-lhe que isso não passa dum...
- Não querida, deixa-o sonhar! Sonha filho, não te quero um homenzinho!
...
:::samantar mohi:::
11 / 09 / 2006

17 setembro 2006

Não tem nome...pronto! Vs Não tem nome (pronto)


Gira, gira, entorna o cálice sagrado
alira morna na faláci desinspirado,
engole, inspira vão tormenta sucolenta
embrere mól vi-o, oh top!
e, cu: nu blog enta...
viola camões na pauta d'hinos grunidos,
lembro-me, brinkava naskola Auta vrivinos,
arroto lagares, pisares de bagos gagos,
(o)lha li nas Amazonas milháres! 1
18 euros págos!.....agas.....
"@@@@@"
Bom dia moça k xegas!
D k biologo xegas?
A luz é luz e da luz dá-los,
galos cacarejam cristas calos...
vens dizer-me isso...piço!
Heya! Não tragues a memé,
métrika!
Poeta a modos, sereia eskelétika...
vem-te em mim, suspira pó-ética
e limpa lívida lixívia, túnica em molho
Prá kabar, ditora unika, programeia, em
subolho,...assim...
=) lol (normal) Vs lol...normal!
"@
@
@"
:::Aiprah e SamantarMohi:::
17 / 09 / 2006